10 fevereiro, 2010

REQUINTADISSIMA


A raça do alentejano?
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.

Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e
aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";

dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;

dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas;

dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos;

dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós;

dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;

e dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.
O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.

Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.


Não é fácil fazer um alentejano.Por isso, há tão poucos.
É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.

Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus:

nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.
Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?

Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?

Era um descanso.
Recebida por mail

1 comentário:

Max disse...

Seguramente governaria melhor que qualquer pinóquio.